Ouve o povo. Não o “povo” das TVs, dos jornais e dos blogues, que fala muito do povo para te fazer crer que é do povo. Ouve o povo que paga os tributos, gasta o que tem, compra galinhas em metálico e poupa para ter um filho doutor. Não escarneças da sua sabedoria. Não abuses da sua paciência. Lembra-te que o poder vem de Deus, mas passa pelos homens.
PP
Declínio e Queda 
Ó Maquiavel, uma achega à muy boa série: “não recrutarás nos blogues de moraleiros e cabeças de vento”.
Eu não consigo conceber texto mais moraleiro do que este: a sabedoria do verdadeiro povo, o que gasta o que tem e compra galinhas para que os filhos sejam doutores, versus os doutores da opinião (os filhos doutores do verdadeiro povo devem ser todos formados em coisa práticas como marcenaria, mas é claro que alguns degeneram)
Há doutores que são do povo. A galinha é uma metáfora. E a marceneria dá sempre jeito.
Vou incluir essa quando publicar em fascículos no Expresso.
Pedro Picoito, o povo agora tem blogues, é um fenómeno que tem crescido exponencialmente, e alguns já começaram, por essa via, a elevar-se aos jornais e às televisões, num fenómeno comum de ascensão social e mediática em sociedades modernas; conclusão, estão gradualmente a deixar de se queixar somente nas bancas dos mercados ou nos bancos da praça. Já há quem se limite ao franguinho, prescindinco do bife do lombo, para poder pagar os megabites da internet e ser ouvido por toda a gente. O príncipe, se for sábio, até o deve ouvir a si.
O príncipe, se for sábio, terá mais que fazer. O que não é um desdouro para a bloga, se a bloga não pensar em salvar o mundo.
ok. E então o Pedro Picoito é do povo-povo ou é um doutor da bloga? O principe está sempre disposto a receber conselhos, até concorda com a taxonomia, mas obviamente precisa de saber quem concretamente deve ouvir. Já alguem lhe tinha dito antes que o povo não é uma coisa abstrata.
Oh, sou um mero doutor da bloga. Quem me dera ser do povo.
Só mais uma pergunta, senhor doutor: e que é uma “galinha em metálico”? Nunca tinha lido essa.
Peço licença para não responder: não quero ofender ninguém.