Dr. Dalrymple

O equivalente reaça de  um Boaventura Sousa Santos, que por sua vez é o equivalente  area sudies de um JCEspada.

A mesma repetição pastosa  de ideias estafadas, a mesma ladainha sobre  a corrupção moral, a mesma fé em planos salvíficos (a milhões de quilómetros de distância dos pares Evola/ Gramsci ou  Carlyle/ Debord):

From where did this British underclass come? “Human behavior cannot be explained without reference to the meaning and intentions people give to their acts and omission…This ingredient is to be found in the realm of ideas.” (Page ix) This, having been said, from where has this underclass gotten its characteristic postmodern ideas?

“…[M]ost of the social pathology exhibited by the underclass has its origin in ideas that have filtered down from the intelligentsia.” …”[T]heir ideas were adopted both literally and wholesale in the lowest and most vulnerable social class.” (Page x)

[…]

“The climate of moral, cultural, and intellectual relativism—a relativism that began as a mere fashionable plaything for intellectuals—has been successfully communicated to those least able to resist its devastating practical effects.” (Page xi – xii)

These rotten philosophical ideas, which have dominated the West from Kant to the present, produced the modern liberal, and it is the modern liberal who spawned the underclass, among other damages. Dr. Dalrymple elaborates at length about these ideas in later chapters.

(As an aside, it is impossible from this book to classify Dr. Dalrymple as “liberal,” “conservative,” or “libertarian” in the senses we use those terms in America. He is clearly a man devoted to reason, individualism, and freedom. Of interest, he states that his father was a Communist.)

Throughout the book, he delineates with great clarity how the British intellectuals have brought Britain into its current moribund state. He characterizes contemporary England as “the regime of zero intolerance,” of the irrational–the gift of modern liberals.

“…[I]f blame is to be apportioned, it is the intellectuals who deserve most of it. They should have known better but always preferred to avert their gaze. They considered the purity of their ideas to be more important than the actual consequences of their ideas.”

The underclass and the disintegration of Britain are the consequences of their ideas.

However, reality is serving justice:

“Worse still, cultural relativism spreads all too easily. The tastes, conduct, and mores of the underclass are seeping up the social scale with astonishing rapidity…Where fashion in clothes, bodily adornment, and music are concerned, it is the underclass that increasingly sets the pace. Never before has there been so much downward cultural aspiration.” (Page xiv)

Modern liberal thinking now dominates local and national government, all of British education at all levels, police, and mores.

The chickens of the modern British liberals are coming home to roost.

FNV

13 thoughts on “Dr. Dalrymple

  1. João. diz:

    O homem não gosta da filosofia desde Kant até aos nossos dias, a única, depois do período grego, que para mim tem verdadeiro interesse – com a longa era da metafísica finalmente chegada ao fim (Quantos séculos e quantas centenas de obras dedicadas a provar a existência de Deus precisa um homem para se decidir se ao fim de contas acredita ou não na Sua existência?)

    Eu gosto de tudo o que este indivíduo despreza: Hegel, Marx, Freud só para abrir as hostilidades e, “last but not least” o magnífico pensamento contemporâneo francês – Lacan, Deleuze, Badiou…

    • fnvv diz:

      A esse três franceses prefiro Levinas, Aron, Malraux e Debord.
      Depois dos gregos, não sei como deixa de fora esse enorme psicólogo e sociólogo que é Santo Agostinho ou Heidegger, mas são gostos.

  2. João. diz:

    Heidegger já é pós-kantiano e embora não tenha sido até hoje um grande leitor da sua obra não o deixo de fora – até estou a ler uma pequena colecção de artigos dele.

    Dos “seus” fraceses conheço um pouco de Levinas, quando o li gostei, embora confesse que já lá vão mais de dez anos e que, ao fim de contas, não repeti a sua leitura e retenha apenas algumas impressões.

    Julgo, por exemplo, do que posso lembrar-me agora, que a noção dele de Rosto pode ser jogada com/contra o Simbólico-Imaginário-Real lacaniano, ou seja, o rosto, sim, como símbolo ético mas também como suporte de objectos parciais onde projectamos as nossas fantasias. Além do rosto o Real, por exemplo, a massa repugnante de ossos, veias e tecidos, uma Coisa orgânica horrível incapaz de ser suporte da subjectividade (embora sem ela também não houvesse o rosto e a profundidade radical que Levinas lhe atribui, segundo a minha recordação da sua obra); a distância entre um e outro mundo é apenas a da pele, a do sopro da voz e a do brilho do olhar – é imensa a pequena diferença…é tudo tão frágil e improvável e no entanto cá estamos.

    A metafísica religiosa descansa em Deus, é a sua garantia para a superação desta fragilidade e improbabilidade – não sou especialmente contra essa solução, não sou sequer um ateu, longe disso julgo. Quanto à questão de Deus a minha posição seria talvez: “que sera, sera, whatever will be, will be…”

    A mim apenas não me satisfaz a tradição metafísica.

    Quanto a Agostinho, tem razão, ponto final – especialmente quanto às “Confissões”.

    Enfim, quanto ao texto em pauta que lincou, o que eu penso efectivamente é que já não é possível voltar ao pensamento metafísico como se Kant e Hegel nunca tivessem acontecido.

  3. Miguel diz:

    “These rotten philosophical ideas, which have dominated the West from Kant to the present, produced the modern liberal”

    Esta frase é tão estúpida que desqualifica imediatamente quem a escreve. Não consigo é descortinar a razão para dar tempo de antena a tal chorrilho de disparates.

    • fnvv diz:

      é uma ideia muito comum e partilhada por um largo espectro de pensadores e eu aprendo sempre mais com os adversários do que defendo acerca do que defendo do que com os prosélitos ( parafraseio Berlin dezenas de vezes aqui)

  4. caramelo diz:

    É um padrão cultural especificamente inglês. Lembro-me de ler isto em tempos e fui agora buscá-lo, por me parecer sintomático do pensamento dos dalrymples.
    http://www.telegraph.co.uk/comment/personal-view/3617581/How-Beethoven-ruined-classical-music.html
    O que manteve a Inglaterra afastada das revoluções do continente, também a manteve afastada das correntes da filosofia, do modernismo nas artes e do romantismo continental das revoluções, para além de alguns estrangeirados, como o Byron, suspeitos de simpatia com a revolução francesa (o romantismo gótico inglês é uma outra coisa). Não é por acaso que os ingleses quase nada produziram de jeito em música clássica, para além da música para coroações do importado Haendel, e do Elgar, o favorito dos proms, assim como na pintura pouco fizeram de moderno para além do Turner, favorecendo os retratos e as aguarelas de paisagem, e que o melhor que produziram na filosofia tenha sido o utilitarismo dos filófosos-economistas, do Hume, Bentham e Suart Mil, e que a sua maior contribuição para a arquitetura tenha sido o arts and crafts style dos fabianos suavemente reformistas. Sobretudo, manter as underclasses em sossego e no seu proper place. Os franceses, então, são particularmente daninhos.

    • Bst diz:

      Francis Bacon e Locke nunca existiram e as Brönte vivam no Boulevard de Saint Germain.
      Shakespeare, um pseudónimo de um autor francês, vivia perto de Beauvais – e escrevia em inglês por excentricidade.

  5. manuel.m diz:

    Inesperado destaque dado a Theodore Dalrymple, (pseudónimo de Anthony Daniels ) ,médico psiquiatra com carreira nas prisões de SM , prolixo autor ,filho de mãe alemã e pai russo , (deletéria combinação certamente ), merecedor de enternecedoras criticas dos jornais do Establishment , ( Times ,Daily Telegraph , the Spectator ,New Statesman , “Dalrymple’s is the crystal voice of reason”- Literary Review ,etc) e combatente infatigavel pela defesa da “British Way of Life” em enebriantes obras tais como «Life at the bottom» , «Our Culture ,What’s left of it» e «Anything Goes» .
    Não conheço porém o autor da critica que publica ,mas parece óbvio que T.D.pensava nele, e nos como ele ,ao escrever : ” One might suppose ,in the circumstances,that a principal preoccupation of intellectuals ,who after all are supposed to see farther and think more clearly than ordinary men and women ,would be the maintenace of the boundaries that separate civilisation from barbarism…”
    Strong words indeed !

    • fnvv diz:

      eu sei, eu sei, tem o romantizing opiates, só diz asneiras nesse ,a par com 1 ou 2 verdades. Escreve demais e sobre coisas demais ( estou a falar de livros, não de posts)

      • Bst diz:

        O Dalrymple escreve bem que se farta. Injustiças.
        Depois, tem as limitações da cultura inglesa, tão exaustiva e pertinentemente apontadas por caramelo. Mas não é de admirar, que já Eça fazia dizer a uma sua personagem que em Inglaterra era tudo gente de comércio.

Deixe uma resposta para Miguel Cancelar resposta