Onde está o trabalho? Está onde está o capital.
Onde está o capital? Onde o trabalho é mais barato.
FNV
Onde está o trabalho? Está onde está o capital.
Onde está o capital? Onde o trabalho é mais barato.
FNV
Ao contrário do que julgam os lapardões, cujo mundo começa no twitter e acaba na Jota local, Soares está em grande forma e na plena posse das suas faculdades ( deixemos para os democratas as alusões ao Alzheimer de Cavaco).
Este jeito de repreender os outros por coisas que ele próprio fez, e com panache, sempre o teve.
FNV
1) Também não tinha amigos ingleses mas tem um coração de ouro?
2) Uma boa pergunta:
(…) they and other lawmakers want to know how Tamerlan Tsarnaev’s six-month trip to Russia in 2011 and 2012 could have escaped the FBI’s attention, despite the fact that he had already been investigated for possible extremist ties.
3) Um bom artigo ( estudar é sempre melhor do que).
FNV
Talvez, mas não ocorre ao Paulo Pinto que, também talvez, a outra metade do país pense baixinho exactamente o que Cavaco disse alto, ou seja, que fazem tanta falta eleições agora como pulgas na cama? Não houve uma sondagem recente, encomendada pelo PS, que indicava que quase 60% dos inquiridos não queria eleições?
Isto do do povo bom quando concorda connosco faz-me sempre lembrar os referendos ao aborto, porque tenho memória. Quando não passou, éramos um povo de grunhos, quando passou, ficámos um povo inteligentíssimo.
Quanto ao ” endoidou”,nada a opor ( leiam o Fialho e o Conde de Ficalho) e mais: se Cavaco fosse Passsos , o João Galamba estava aqui estava assessor presidencial.
( nota: estou sempre por eleições, até podem passar a semestrais, mesmo quando não servem para nada e já o escrevi aqui)
FNV
Luis Jorge just shared an Instagram photo with you. Visit the following link to see it:
https://distilleryimage7.s3.amazonaws.com/64dae032b0e611e2b10722000a1f98d4_7.jpg
Em Roma, um indivíduo “desesperado”, segundo o próprio, disparou sobre dois polícias à porta da sede do Governo. Um dos polícias ficou ferido, mas o alvo seriam “os políticos”.
Naturalmente, houve quem perguntasse se o discurso incendiário de Beppe Grillo contra “os políticos” não teria alguma culpa no atentado. Que não, nem por sombras, respondeu Grillo: o seu movimento é “não violento”.
Por cá, já se sabe, nunca aconteceria tal coisa. Somos um povo de brandos costumes e, excepto a rapaziada que atira pedras à polícia em nome da utopia, mais uns quantos sindicalistas que entram em dialéctica com o Vital Moreira, mais o PS felgueirense em desacordo ideológico com Assis, a violência é impensável.
Tão impensável como perguntar a Soares se a ameaça de morte ao Presidente da República, por interposta comparação com El-Rei D. Carlos, não é um convite à violência.
PP
Das duas uma: ou ganha o PS ou ganha a esquerda revolucionária.
Ganhando o PS, ganhamos todos. Em amnésia. O último governo socialista era, para a esquerda mediática -radical, uma lura de negociatas, Sócrates um quase-fascista etc. Como este PS diz que cumprirá o troikismo, estamos conversados.
A esquerda revolucionária nunca ganha em eleições. Pode, portanto, assumir sempre o papel de padreco moralista, distribuindo vitupérios a torto e a direito, prometendo a salvação num inferno vindouro. Temos pena, Insisto que a cura seria essencial: dois anos de comunismo-trotskysmo e passavam a ter a votação do Garcia Pereira em quaisquer eleições.
A alternativa não irá a votos O PS socrático, vitaminado com dissidentes do Bloco, a meio caminho entre o segurismo e os herdeiros do Terror moderno, está reduzido ao twitter e aos blogues.
Assim sendo, convém não repetir o mesmo erro duas vezes. Este governo deve ficar até ao fim para poder confirmar que, salvo honrosas excepções, foi extraído de uma comandita aparelhística sem categoria, que jurava às criancinhas nunca cortar o subsídio de Natal. Tal como o de Sócrates deveria ter cumprido o mandato para todos termos verificado a excelência dos PEC’s.
Já sei: Então qual é a solução? No plano partidário, nenhuma, óbvio. A Assembleia da República, se ouviram o discurso miserável ( uma colecçção de horrorosos lugares comuns capaz de fazer corar a pior aluna de um curso de letras) da sua presidenta no 25 de Abril, está inerme. No plano político, várias, mas seria necessário que a maioria silenciosa se pronunciasse. Seria necessário que investigadores, juizes, médicos, militares e muitos outros, saíssem da couve e opusessem resistência activa. As greves só são autorizadas quando há reivindicações salariais? Por que motivo os médicos e os juizes, por exemplo, não podem , em forma de protesto, fazer uma greve de quinze dias? Por que motivo os professores universitários não podem suspender as aulas durante um mês? Por que motivo os brilhantes analistas mediáticos, num assomo de civismo, não podem recusar analisar durante três semanas?
Recordando Borges, não sei se seremos suficientemente civilizados para alcançar esta forma de anarquismo.
FNV
Ausente uns dias, constato, sem surpresa, que um discurso de Cavaco a sublinhar a desnecessidade de fazer eleições intercalares enquanto estamos amarrados a receber o dinheiro necessário para pagar os ordenados de médicos e professores, e isto num país falido e entregue aos bichos, foi recebido como o maior ataque à democracia desde o discurso de Almada do Vasco Gonçalves.
Bem, no meu saco trouxe coisas boas. Entre outras, uma edição de 1950 de The Cocktail Party, na qual Eliot mandou publicar o elenco da primeira apresentação pública da peça ( um ano antes, no Festival de Edimburgo), bem como a pauta de One-eyed Riley. Também de chupeta, uma preciosidade para os coleccionadores de afrikana: Sport in Brittish Burmah, Assam and the Cassyah and Jyntia Hills, do Ten-Col. Pollok, 1879, de um tempo em que depois de disparar as double-barreled, uma nuvem de fumo negro ( cordite) não deixava perceber se o bicho estava morto ou se o caçador já estava quase.
FNV
Seguro está a discursar no congresso e a dizer que consegue 12.500 mil milhões de euros. O que está a fazer ainda na oposição?
FNV
FNV
“Aquilo a que chamamos vulgarmente amizade não passa de conhecimentos e relações tecidos por qualquer ocasião ou vantagem em que as nossas almas se cruzam. Na verdadeira amizade, elas fundem-se uma e outra em tão universal confusão que se misturam e já não distinguem a linha que as cerziu. Se me perguntam porque o amava, só posso responder: porque era ele, porque era eu.” (“Si on me presse de dire pourquoi je l`aimais, je sens que cela ne peut se exprimer qu`en répondant: parce que c`était lui; parce que c`était moi.”)
Michel de Montaigne, Ensaios , Livro I, cap. XXVIII (tradução livre).
PP
Com a idade, começo a perder paciência para algumas tretas recorrentes. Por exemplo, para a conversa de que falta cumprir Abril, não vivemos em democracia, dos três Ds da revolução há um por fazer, não foi para ter Passos e a troika que lutámos pela liberdade, etc.
Portugal é hoje mais democrático, mais livre, mais rico (ou menos pobre), mais igualitário (ou menos desigual) e até, ó heresia, mais fraterno do que era antes do 25 de Abril – seja qual for o ponto de vista, a escala, o conjunto de indicadores que se use. Não é uma sociedade perfeita, mas não há sociedades perfeitas.
Negar esta evidência em nome da utopia é esquecer que a democracia é o regime em que até Passos pode ganhar eleições.
Há muito por fazer? Há, mas depende de nós.
O governo é mau? É, mas foi eleito.
Podemos não gostar (eu não gosto), mas a única alternativa democrática é votar contra ele (ou não votar nele). Os nostálgicos de um Abril-por-cumprir estão mais próximos do pré-Abril do que pensam.
PP
Continuam os ecos do atentado de Boston. No Canadá, foram detidos dois suspeitos de prepararem um ataque ao comboio entre Toronto e Nova Iorque. Imigrantes, relativamente jovens (30 e 35 anos), qualificados, um deles investigador universitário. Desconhece-se a nacionalidade de Chiheb Esseghaier e Raed Jaser, mas teráo sido apoiados pela Al-Qaeda iraniana. E lá está, de novo, o ódio à América.
Repete-se, portanto, o famoso padrão: muçulmanos aparentemente integrados na sociedade ocidental, mas entregues a um ressentimento que os leva ao terrorismo. Porquê?
Insisto na pergunta. E fazê-la não é racismo, é pensar na integração de todos os muçulmanos. Por uma questão de liberdade e não apenas de segurança, se quisermos retomar a dicotomia equívoca de Benjamin Franklin. O sentimento de insegurança costuma ser o atalho mais curto para a perda de liberdades.
Não é só na Europa dos anos 30. Ontem mesmo, também a polícia espanhola prendeu um argelino e um marroquino que, segundo o Público, “não integram qualquer célula terrorista, mas frequentavam sites com conteúdo radical islâmico”. Nou Medouini e Hassan El Jaaouani estavam sob investigação policial há um ano e foram presos, dizem as fontes oficiais, “por precaução” e por terem “um perfil” semelhante ao dos bombistas de Boston.
Por outras palavras, a sua prisão está relacionada com o que aconteceu do outro lado do Atlântico. Duvido que isto seja legal: num estado de direito, ninguém pode ser preso sem culpa formada. É o princípio do habeas corpus (o Professor Espada explica). “Precaução” e “perfil” não eram motivo de culpa na Inglaterra da Magna Carta e não são na Europa do século XXI. Mas quando não há culpados, todos se tornam suspeitos. A democracia é uma flor mais frágil do que parece.
PP
Depois de um derby, e com pouca pachorra para outro género de claques, viajar.
Regressa-se dentro de poucos dias.
FNV
Entretanto, Gaspar irá ao parlamento dia 30 de Abril “prestar esclarecimentos” sobre os “contratos swap” das empresas públicas que custarão ao Estado 3 mil milhões de euros.
Reconhecem o padrão?
Quando o Tribunal Constitucional negou ao Governo receitas de 1200 milhões de euros, o ministro congelou as despesas em dois ou três dias. Agora abençoa “planos de fomento” e espera uma semana para ir tomar chá com os deputados da maioria.
O Lobo Xavier que explique.
Luis M. Jorge
Cumprindo a tradição revisionista — isto é, com a panache de quem nunca defendeu outra coisa — o governo descobre as virtudes do “crescimento” sustentado, amável ironia, por “dinheiros públicos”. A Caixa, a boa e velha Caixa que um dia iria ser privatizada, rendida por um “banco de fomento”, entretanto relegado para as calendas, ou fustigada pela gloriosa concorrência da banca liberal “canalizará mil milhões de euros para a pequenas e médias empresas”. Os serviçais do ministro Álvaro receberão “carta de missão” para distribuir o dinheiro que não existia por empresas que há bem pouco tempo mereciam uma imolação regeneradora.
A grandiloquência do plano atravessa décadas, talvez milénios. O ministro pretende que, “em 2020”, as exportações alcancem mais 20% do PIB. Que “o nível de emprego” passe “dos 66% para 75%”. Enfim, que os “projectos de investimento parados há mais de 12 meses” (sabe deus porquê) sejam “reanalisados” e “agilizados”. Com doçura maternal citou ainda um “programa emblemático” de “apoio à internacionalização”, que responderá pelo bonito nome de “Start Up Portugal”. Manuel Pinho ficaria contente.
Enquanto assistia à exibição das piruetas “estratégicas” que caracterizam, para deleite do turismo, a simplicidade tocante dos nossos governos meridionais, fui acometido por uma reverberação indefinível, um sentimento de déjà vu. E compreendi, enfim, que este “plano”, esta coisa redonda, balofa, tão inchada de lugares-comuns, não era na verdade um projecto para a economia mas o início de uma aventura política. A “estratégia” do Álvaro é a semente do novo bloco central.
Luis M. Jorge
Síntese do pensamento ( …) de um vendedor de fichas de carrinhos de choque.
Também ouvi, em directo, mas como estava engripado até julguei ter ouvido mal algumas coisas.
FNV
É vivificante constatar que os nossos blogoevangelistas – contra o desperdício, os ronhas da função pública, os bifes todos os dias, os candeeiros do Sisa e tal – ainda estão a engolir os 3.000 milhões de euros dos sawps.
A tal nova direita portuguesa ( a mesma que relativiza ditaduras em função do número de vítimas) é igual à velha: cobarde e atortomelada .
FNV
Aqui não há twiters, indignações, fedor a América atrasada e homofóbica, pois não?
As casas dos nosso familiares podem ser queimadas, eles podem ser mortos? Ora, vamos é chatear o Tea Party e o Bergoglio.
FNV
e
Uma antologia ( no sentido literal, mas de flores pestilentas) das características de meninos que fazem pela vida. Uns, bonitinhos, modernos e desempoeirados; outros, sonsos até às bordas do prato. Todos acepilhados de um ridículo que nos vai alegrando estes dias morangueiros.
FNV
Os teophiles e os theomises definiam-se em relação aos deuses- os primeiros adovaram-nos, os segundos, não.
Hoje situam-nos diante dos credores: ou lhes agradamos , ou não.
FNV
O único sexo que interessa é o que corrompe a inumanidade. Por exemplo, a prostituta que não cobra ao deficente.
Já o outro, por exemplo, o homem que abusa de uma criança, é o sexo humano na sua mais pestífera expressão.
FNV
No programa de Jô Soares para Pinto da Costa comentar, já que anda muito bem disposto.
FNV
O meu último post provocou alguns comentários previsíveis. Que não há nenhuma relação entre o atentado de Boston e o islamismo dos seus autores, que os dois terroristas são apenas frustrados para os quais o Islão não passa de um pretexto, que os muçulmanos representam tanto um problema na Europa ou na América como a extrema-direita, que lançar o manto da desconfiança sobre toda a comunidade islâmica é racismo, que não se pode generalizar, etc.
Pois bem. Há alguma verdade em todos estes atalhos para fugir aos factos, mas não é por repetirmos frases feitas que a realidade muda.
E a realidade é esta: o atentado de Boston obriga-nos a fazer várias perguntas. Por que razão imigrantes muçulmanos de segunda geração, já distantes das suas raízes étnicas e religiosas, se voltam para o Islão quando o ressentimento contra o modo de vida ocidental passa à violência? Por que razão o seu islamismo assume uma forma mais radical do que o dos seus pais? Por que razão a sua expectativa em relação à sociedade em que vivem é tão diferente?
Depois de Obama, a América deixou de fazer estas perguntas porque pensou que já não tinha um problema com o terrorismo e muito menos com a imigração islâmica. Boston veio mostrar que esta falsa segurança pode ser trágica. Quando trocamos perguntas incómodas por meias verdades, a resposta chega sem bater à porta. Ou bate, mas com uma explosão.
PP
– Camaradas, pá, não nos enervemos, pá. Ainda que ela faça a revista de saltos altos e merdas no cabelo saberemos exibir o garbo e o donaire dos antigos alunos da academia militar, pá. E se quiser dançar a rumba ou o foxtrote mandamos-lhe um gajo assim meio adamado, como o Silveira ou outro paneleiro qualquer, pá.
Luis M. Jorge
Compreende-se a insinuação da pista doméstica no atentado de Boston: a pista islâmica é o pior anticlímax da década. Com Obama, os americanos pareciam ter cicatrizado o 11 de Setembro. Abandonaram o Iraque e o Afeganistão, executaram sumariamente Bin Laden, ajudaram a derrubar Khadafy, fizeram os devidos filmes de Hollywood. O terror estava cada vez mais distante.
Boston mostra que, afinal, não estava. O radicalismo islâmico continua vivo e odeia a América. Como sempre. Pior do que isso, actua no coração do império. Os suspeitos eram compatriotas, viviam no país há dez anos e até se tinham naturalizado. É o maior medo de qualquer sociedade: o mal invisível no meio de nós. O padrão repete o dos imigrantes de segunda geração que puseram bombas no Metro e nos autocarros de Londres ou o do filho de magrebinos que matava judeus no sul de França.
Há aqui um problema delicadíssimo de integração. Tratá-lo apenas como uma questão étnica ou religiosa lança a desconfiança sobre uma comunidade inteira, mas ignorar o paralelismo entre todos estes actos arrisca novas surpresas fatais. Seria mais simples se estivéssemos a lidar com maluquinhos louros do Bible belt, mas tudo indica que não é assim. Antes fosse?
PP
História ainda muito mal contada. Ou Tsarnaev mudou de repente ou a investigação foi mal feita. O foreign governement parece saído de um filme do Bond. O Guardian edita as informações da mãe. Esta história mete barcos e água… E Tsarnaev era bom rapaz: só detonou as panelas muito depois de os primeiros concorrentes terem cortado a meta e quando já havia menos gente na linha de meta …
Um bom resumo do nevoeiro aqui:
FNV
Uma gripe das valentes só me permite ocupar de assuntos destes:
Ou seja, na era do grande Carvalho nem as facturas da água conseguem manter dentro de portas; ou seja, não queremos que saibam que para o ano o orçamento vai ficar pela metade e um, sei lá, Carlão, será demasiado caro.
FNV