1. O velho PSD foi a votos através de um independente — Rui Moreira — e triunfou. Será ingénuo quem acreditar que Pedro Passos Coelho vai sobreviver incólume ao exercício.
2. A derrota de Luís Filipe Menezes é o fruto do conflito entre princípios e interesses. Um partido que defende a redução da dívida não se pode fazer representar pelo segundo autarca mais endividado do país. E, no entanto, faz.
3. O fantoche de Isaltino aclamado em Oeiras: silhuetas de Berlusconi, uma anotação para o futuro.
4. Paulo Portas prepara o CDS para liderar a direita parlamentar daqui a dez ou quinze anos. Não vai ser fácil, mas é o desafio estratégico mais interessante da nossa vida partidária.
5. O Bloco em extinção. Esvaziado por Sócrates, radicalizado pelos seus arcaísmos, incapaz de obter verdadeiro apoio popular, cada vez mais refém de uma geração. Seria uma oportunidade para o PS, não fosse o pobre diabo que hoje se apresentou como o grande vencedor destas eleições.
6. A transição de António Costa para a Presidência da República cada vez mais provável. Temos Sampaio.
Luis M. Jorge
No que concerne ao Rui Moreira, acho que a tua analise é redutora. A base de apoio dele foi muito além do velho PSD.
Quanto ao resto, subscrevo tudo.
Ah, acrescentaria apenas a derrota do PSD na Madeira.
Mas Rui Rio foi fundamental. E houve um confronto assumido.
Não digo o contrário; digo, isso sim, que vai muito além disso.
É verdade que sim, mas o grosso do apoio foi a burguesia (no sentido clássico da palavra), que vota “à direita” (CDS e o tal “velho PSD) e algumas camadas populares menos dependentes da Câmara (que já apoiavam Rio).
O resultado do PS explica isso mesmo: houve transferência de votos, acima de tudo, do CDS “em bloco” para Rui Moreira e o PSD cindiu-se a meio.
Carlos Duarte, como disse ao Luís, isso é parcialmente verdade, mas vai muito além disso.
O CDS e o PSD tradicional não justificam os resultados de Rui Moreira. Basta constatar que a soma dos votos de Moreira e Menezes vai além dos votos do PSD+CDS nas últimas eleições.
Quem é do Porto sabe bem que a burguesia já não é o que era, e que o velho PSD começa e morre na Foz.
Houve tranferência, isso sim e em larga escala, do PS para Rui Moreira.
Analisando os votos por freguesia, percebe-se claramente o que estou a afirmar.
Meio e cds não dava a vitoria. Ele foi mandatario de outro candidato a presidencia, por isso anti-Cavaco nas eleições presidenciais. Esse grupo, tinha pessoas de esquerda, enganadas mas crentes.
Salvo 4, assino por baixo, mas a corrida 6 é para o Rato. Parabéns por Lx, goze, vai ser duro quando se sentar com os credores.
Quais credores? O homem diminuiu a dívida em 50% (cito de memória). Não sabia?
Quando for PM, com a troika. Como hoje é dia de festa não queria ser indelicado mas tenho que recordar que o equilíbrio foi feito à custa da receita extraordinária ria terrenos do aeroporto…
Não só.
Está visto que obrigar as pessoas a guardar lixo em casa foi um verdadeiro sucesso.
Ui, que cheirinho a derrotado.
na minha opinião os dois maiores destaques das eleições de ontem são os seguintes:
– derrota dos dinossauros autárquicos itinerantes, pelo menos os mais mediáticos. o povo é sábio e sabe bem o que quer.
– vitória de Isaltino em Oeiras. mais uma vez, o povo, sobretudo se instruído e bem alimentado, sabe bem aquilo que quer e não tem problemas em ser enganado. a malta de Oeiras não é burra. sabe perfeitamente quem é Isaltino.
o povo… o povo.
que os partidos políticos consigam interpretar o que aconteceu ontem, para bem do povo.
Esquece-se da CDU.
Não tinha nada de diferente para dizer.
Meneses foi um candidato tolerado pelo Passos Coelho. Nem podia ser de outra forma; quem estava por trás da campanha? Ílidio Pinho. Que é apenas o patrão do Passos Coelho.