António Arnaut, o Expresso e a minha crise conjugal

Começou nos blogues e acabou  numa coluna de opinião  do Expresso desta semana:  o escritório de advogados A.Arnaut &  Assoc.  celebrou por ajuste  directo  um contrato de prestação de serviços jurídicos com a  Escola Superior de Enfermagem de Coimbra no valor de 40.000 euros,  com a vigência de três anos. No dizer dos foliculários, isto é espantoso porque o dr. Arnaut é o campeão do SNS .

A relação entre a defesa do SNS e um contrato com uma escola com autonomia financeira  e administrativa ? Podem não intuir rapidamente,  o que vos afasta da inteligência homicida  que resbuna como gato enroscado no cérebro dos panfletistas, mas não é esse o osso.

Acontece que  é a minha mulher  que faz a maior parte desse trabalho. E aqui começa a crise conjugal. Estou farto de lhe dizer que em Lisboa as avenças com instituições   públicas  costumam ter seis zeros depois do algarismo principal, que pouco mais de mil euros/mês  ( partilhados!) é uma vergonha e que assim não temos futuro. Ela defende-se dizendo que trabalha num pequeno escritório de província, tutelado por um beirão socialista  à moda antiga avesso a  negociatas.

Esta polémica recente  agravou a crise conjugal. Disse-lhe que ou ela vai para Lisboa trabalhar com os advogados  liberais ( muitos colaboram ou colaboraram com o Expresso) que sabem reconhecer o talento quando se trata de celebrar avenças com o Estado,  ou então vou  dormir para o sofá.

Não morro à fome, até  porque cá em casa quem usa o avental sou eu ( as mulheres de hoje só sabem fazer scones).

FNV

7 thoughts on “António Arnaut, o Expresso e a minha crise conjugal

  1. Tomás do Valle e Motta diz:

    É aproveitar enquanto há emprego, porque mais uns meses e vai ser assim:
    http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1175044-desempregados-gregos-deixam-de-ter-acesso-a-atendimento-medico.shtml

    A M.ª João Avillez (quem?!) deu nota 15 ao Ulrich (programa na RTP1 que nem sabia que existia). Ela concorda com o o coiso. Segundo as palavras dela: “É verdade que não existe limite físico para a austeridade. Enquanto estiverem vivos aguentam.” Só é pena que ela esteja ladeada por dois comunas dos sete costados. Ficava mais equilibrado se ela fosse acompanhada pelo Kaúlza de Arriaga e pelo Mário Crespo. Aí sim, a direita estaria bem representada.

  2. […] E das grandes, supimpíssima. Aqui. […]

  3. P Lomba diz:

    bastante engraçado

  4. cristiana fernandes diz:

    E o “mundo é uma ervilha” ( como diz uma amiga minha).
    Com tanto sinal creio que identificou a sua mulher, que creio conhecer, veja lá

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