Miguel Relvas é cidadão honorário do Rio de Janeiro.
Como o simbólico não interessa nada, que Dias Loureiro também se divirta com a tal diária de mil euros. Afinal, são todos cidadão esforçados e a fazer forcinha por Portugal.
FNV
Miguel Relvas é cidadão honorário do Rio de Janeiro.
Como o simbólico não interessa nada, que Dias Loureiro também se divirta com a tal diária de mil euros. Afinal, são todos cidadão esforçados e a fazer forcinha por Portugal.
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Concentra tudo o que é a cultura lambeadolescente, sexofílica, chupamédia e hipercorrecta de hoje.
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21 anos de experiência, experiência clínica e docente variada, livros publicados. Tratava-lhes da saúde num ápice e por um ordenado igual ao ordenado médio do plantel.
E por que conseguiria? Porque não sou sportinguista.
FNV
Aqui não, mas na edição em papel há uma pequena caixa com o título: Uma decisão de direita?
Como é habitual , o duplo padrão gauche e os nossos media sempre atentos e vigilantes.
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Nunca se viu nada assim. A anestesista, loura natural, 48 anos, divorciada sem culpa, entrou no banco e descarregou uma pequena 6.35 na ATM da direita. Tobias, um professor desempregado, comovido, esperou que ela acabasse o trabalho e admoestou-a: A senhora devia cumprir Breton e disparar para o ar , na rua, à toa. A anestesista, surpreendida e envergonhada, confessou: Os meus actos têm de ter um significado patafísico. A vida não me dá o que quero.
Se cortarem o atum fresco ( previamente troikado com limão e sal) em cubos altos e os envolverem em farinha, e depois os frigirem em azeite transmontano ( mais cobrançosa do que verdeal), conseguem a crosta exterior, a sub-camada rosa-carregado e o interior vermelho-desmaiado. No prato, sobre os cubos, uma vinagrete assessorada com tomilho-limão. Nas casas comuns, só um homem pansexual, como eu, se pode dedicar a estas manobras. Uma mulher de armas abre duas latas de atum, despeja-as sobre esparguete frio e vai para a sala comer enquanto lê Saramago.
FNV
Sá Carneiro não gostava do Expresso e encarregou Vasco Pulido Valente de fazer um jornal a jeito. Se forem ao PS Proibido, de Rui Mateus, também encontram um plano semelhante, tendo sido Medina Carreira o incumbido de desenvolver o mediático esforço.
Enfim, como dizia Wilde, a arte só começa quando acaba a imitação.
FNV
O grande problema chama-se PSD, um depósito de gente moralmente atrasada que confunde estratégia com motivação. Há naquele partido, como de resto na boa parte do país que o inchou, a convicção parola de que “se fizermos muita força”, “vamos conseguir”. Os equilíbrios complexos de que depende o futuro de Portugal são assim enfrentados como se o mal do país fosse uma prisão de ventre.
“Se fizermos muita força”, vamos “trabalhar mais”. “Se fizerem muita força”, os meninos “vencerão o facilitismo” e educar-se-ão sozinhos. Se os desempregados “fizerem muita força” irão encontrar “lá fora” o posto que “merecem”. “Se fizermos muita força” esqueceremos as canalhices do Relvas, a imbecilidade quase tocante do primeiro-ministro, os assessores de vinte e dois anos da “jota” pagos a quatro mil euros por cabeça, os sonsos que são contratados para vigiar e comentar na blogosfera tipos como eu, os impropérios das cilinhas da “caridade” e os redondismos dos doutores do Porto que pregam a “contenção” enquanto “apoiam” o Luís Filipe Menezes.
Se fizermos “muita força” pagaremos mais impostos com alacridade para que um bando de filhos da puta nos aponte o dedo no final do dia e “denuncie” os nossos hábitos de consumo, o nosso sarcasmo, as nossas viagens e os pequenos prazeres que ainda nos restam para tentarmos esquecer que esses filhos da puta existem.
Sim, façam força. Porque nunca uma gosma tão refinadamente nojenta, uma merda tão difícil de extrair mandou em Portugal.
Luis M. Jorge
Esta parte do texto de JPP aplica-se ao clangor com que hoje nos blogues ( no fim de semana provavelmente nos jornais) os apoiantes do governo festejaram o eventual incumprimento da redução do défice . Em alguns casos foram mais longe, chamando estúpidos aos que não abriram as garrafas com eles.
Isto é deveras interessante. O governo reduziu o défice porque tirou dinheiro às pessoas. Como é que isto é meritório é coisa que confesso não ser capaz de entender. Mais sumarenta é a festa. Significa que os apoiantes do governo entendem que tirar dinheiro às pessoas é bom e festejável. No interessante ano que aí vem, veremos como se posicionarão os agora alegres foliões.
FNV
Quero matar-me mas não quero ir sozinho. Não me chega o seroquel com meia garrafa de Lagavullin, não me satisfaz a solidão do ramal da Lousã, ainda que ainda existisse. Quero- os juntinhos como galinhas da Índia e o Campos a ressoar; Se te queres matar, por que não te queres matar? Estás com miaufa? Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Cada nova mentira da publicidade é a confissão da mentira precedente.Claro, Guy, lá sabes, mataste-te nos Alpes, ao quentinho. Como? A sério? ( as comunicaçoes com o Além estão pela hora da morte) Os parolos trouxeram Deus para o assunto? Coitados.
Diz? Aquilo que faz o poder abstracto da sociedade faz a sua não-liberdade concreta. Exacto: olha o cartaz a rir-se para mim.
FNV
Queridos amigos,
No “Ser e o Nada”, Juan Paul Sarte afirma que estar vivo é o contrário de estar morto e congratulo-me, caros portugueses, por vos encontrar vivos graças a Deus e aos esforços do senhor ministro da saúde nesta importante quadra festiva. Se não for esse o caso lamento que não tenhais oportunidade de ler esta mensagem, mas recordo-vos que não procedi à correcção do imposto sucessório dado o respeito que nutro pelas vossas dificuldades.
Escrevo-vos em nome pessoal e da segunda dama após uma ceia modesta, pois vivemos sem recurso ao crédito embora as taxas de juro estejam a descer por efeito da contenção salarial. Aqui em Massamá ainda há gente a comprar bacalhau, e no Mini Preço esgotaram as caixas de Ferrero Rocher: podia ser pior!
Em verdade vos digo que tudo muda. O que nos parecia insuportável há um ano atrás torna-se belo e precioso doze meses depois. Por isso vos peço, no fim deste ano tão difícil, que procurem a força de quem sabe que os sacrifícios que fazemos hoje são os bons tempos dos dias de amanhã, e que as difíceis decisões que estamos a tomar serão muito mais fáceis no próximo Natal.
A Laura e eu desejamos a todos umas Festas Felizes.
Pedro.
Luis M. Jorge
Não tenho um blackberry nem me sei barbear, não bebo leite de cabra dos Urais nem percebo o ballet. Tenho armas ( legais) em casa e ponho os pés em cima da mesa quando as mulheres se queixam dos maridos – em contrapartida exploro sempre o affair no horizonte, mas sem divórcio . Estou cada vez mais próximo de Cristo, agora que compreendo que só a culpa liberta. Que há-de ser de mim, assim, sozinho, no meio dos canaviais?
Mais uma inconstitucionalidade. Já ensinava Bioy Casares: a intimidade é comentar o mundo.
FNV
Uma greve é uma relação de poder na qual cada parte joga os atributos que tem. O resultado depende da natureza dos atributos, mas também de outros factores ( o tempo, o contexto, a margem de incerteza etc)como em qualquer relação de poder . Se um milionário tiver uma inundação, a meio da noite, numa cave cheia de quadros e os dez primeiros canalizadores não puderem fazer o serviço, o décimo primeiro, às quatro da manhã, pode cobrar 1 milhão de euros. O milionário torce-se todo, mas depois faz as contas: 500 milhões em quadros destruídos ou um milhão para os salvar ?
Os estivadores calcularam mal os danos inflingidos ao empregador ( aquilo não é a função pública ), quando quiseram pressionar uma terceira parte ( o governo). Os rapazes da CGTP andam a estudar pouco. Resultado: os estivadores recuaram.
FNV
“Mais uma vez, este artigo da LUSA dá demasiado relêvo às declarações do Papa, e é a PROVA (juntamente com várias outras notícias que pretendem pôr em causa quer o casamento entre pessoas do mesmo sexo, quer os homossexuais) de que a agência noticiosa se encontra instrumentalizada por elementos ou sectores afectos à Igreja Católica… QUANDO FOREM DESPEDIDOS, porque é que não vão trabalhar para o Osservatore Romano???”
É sempre bom seguir estes barómetros. Agora já se diz explicitamente que os jornais não devem difundir as ideias de Ratzinger.
FNV
Caravaggio, A Adoração dos Pastores, 1609.
Hoje trago-te o vento; eu sei
que mais não pode ser o que te der.
E calo-me; o resto já to dei
ao teu sereno pasmo de mulher.
Hoje trago-te o vento, vento,
o que ele tem mudado para nós.
(O nosso passo antigo que era lento
juntou-nos de repente numa voz.)
Hoje trago-te o vento renovado,
o vento que de longe chegou cá:
em cada monte e esquina foi lavado
para chegar ao fundo do que há
nesta pobreza de hoje e, cá chegado,
entrar na mão de carne que to dá.
Pedro Tamen
PP
Há muitos anos que, volta e meia, tenho o imenso prazer de conversar com Carlos Costa Cabral, o presidente da câmara da Mealhada. Síntético e de humor robusto como um antigo Solar das Francesas, o que ele diz aqui a propósito do plano de reestruturação das dividas das autarquias não me surpreende.
Talvez baralhe é os soldados. É um autarca socialista que diz, preto no branco, que autarquias que não devem nada terão agora de pagar as megalopatas e , por vezes, nepóticas e viciosas, que se endividaram até ao tutano. Aguardo, com curiosidade, para ver se vão apelidar o autarca socialista de salazarento e miserabilista ou a soldo da propaganda governamental ( e por isso também aguardo as reacções dos Menezes da órbita do PSD profundo).
FNV
O equivalente reaça de um Boaventura Sousa Santos, que por sua vez é o equivalente area sudies de um JCEspada.
A mesma repetição pastosa de ideias estafadas, a mesma ladainha sobre a corrupção moral, a mesma fé em planos salvíficos (a milhões de quilómetros de distância dos pares Evola/ Gramsci ou Carlyle/ Debord):
The underclass and the disintegration of Britain are the consequences of their ideas.
However, reality is serving justice:
The chickens of the modern British liberals are coming home to roost.
FNV
Quando não tiver tempo hei-de dedicar-me à comoção causada pelo tornado Artur Baptista da Silva: a menina dança?
Um país bem fornecido de burlões licenciados, alguns licenciados na Bimby, engravatados todo o ano a assoar-se à gravata por engano ( sabem quem é o autor) , e que nos custaram milhares de milhões de euros, ou nos enganaram com um sorriso eleitoral, comove-se com um mitómano inofensivo.
O único crime do homem foi ter mostrado que para ter acesso às televisões é preciso estar em Lisboa ( ele há moles de parolos e parolas que foram para a capital para ser alguém) , ser amigo dos lisboetas influentes e dizer o que quem nos convida quer ouvir.
FNV
Tereno é um homem moderno. Deixou de comer carne, adoptou um transexual , lê os ensinamentos de Siddartha e abre a torneira escandalosamente quando lava os dentes para incriminar a Jonet. Por consequência, neste Natal, viajou até Tananarivo para distribuir preservativos. Uma vez, o analista disse-lhe que ele odiava o pai. Tereno respondeu que já estava à espera. E não deixou o flibusteiro sem troco: O meu pai é um homem tradicional e não o odeio pessoalmente, apenas detesto tudo o que ele representa.
Isto da literalidade tem muito que se lhe diga. Apesar dos avisos de Novalis ( nada existe de mais destruidor da sensibilidade religiosa do que a literalidade dos protestantes), o Pedro Arroja insiste nela. Esta é excelente: os valores protestantes vêm por aí abaixo e trarão assassinos de massas, Tal como quando nos explicava na TV que os tribunais deviam ser privatizados, PA só mudou de agulha: agora é o primeiro calvinista anti-calvinista da História da literalidade, isento da confiança celestial que os homens devem ter uns nos outros ( Novalis again, o original é sempre melhor).
FNV
Estou para ver quais serão , desta vez, as desculpas de serviço ( e não está em causa a Pamela Geller ser uma tonta).
Tão insuportável como a generalização do vivemos todos acima das nossas possiblidades é uma geração de poltrões urbanos que sabe estar horas no facebook a fofocar, mas não consegue fritar umas fatias de pão ou escalfar bacalhau.
FNV
Parafraseando Berlin, aprendemos sempre mais com os nossos adversários do que com os aliados.
FNV
Não esqueça, doutora Mizete: moderação, frugalidade e nada de carnes vermelhas. O chouricinho já é pecado que baste. Dê uma esmola ao entrevado na missa do galo que o mais importante é o amor. E prendas só para a mais pequenita, está bem? Lidere pelo exemplo, filha.
Luis M. Jorge
Esta justiceira é a mesma que se calava quando Sócrates só sabia das coisas oficialmente antes delas acontecerem não é?
São as puras que temos e mais não merecemos.
FNV
A arm ausada foi a Walther PPK, uma variação da P38, pistola com que fiz tiro e que usei ( selada) como oficial de dia. Não é um big bore, não é nada de especial. Matou, nos dois massacres, 18 pessoas ( mais os dois assassinos). Passemos ao que interessa.
Nesta discussão amavelmente abrigada pelo Miguel Serras Pereira ( que não teve ninguém a dar-lhe a entender que é um maníaco das armas), o ponto é, de facto, o meu: as estruturas psicóticas não se inibem diante do gun control, a discussão devendo assentar na expressão do acto. Como vimos nos exemplos finlandeses e noutros americanos (o de James Oliver Huberty). Que uma dessas expressões seja viral e dedicada ao extermínio concentrado e aleatório de humanos, afasta-nos logo da esperança de a extinguir via restrições legais e administrativas.
Como dizia Foucault a propósito da concepção de loucura novecentista – formou-se no interior de uma consciência histórica e só foi corrompida pela psicologia e pela psicanálise, que a colocaram do outro lado da sociedade – , também a psicose homicida espectacular sofre da necessidade de revisão. Quando um grupo de narcos mexicanos assassina vinte pessoas num restaurante só por retaliação, tendemos a ver uma loucura justificada pelo próprio acto. Nessa altura não nos lembramos de medidas administrativas. Nos casos americanos, a loucura homicida reinicia velhas dependências. Uma delas é o sonho: poder ser limitada ( conquistada) através da razão.
FNV
Do Preâmbulo:
“(…)e de abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português”.
A vontade do povo português é ter uma sociedade socialista. Bem, de facto, isto explica muitas inconstitucionalidades, mas sobra uma pergunta: é constitucional decretar a orientação política de um povo? Não fazia ideia.
FNV
Estava a ver o telejornal do governo, em que Mário Crespo chorava as suspeições sem fundamento ( não se engasguem) , quando ouvi Helena Roseta falar do Mensalão. A única forma da esquerda mediática portuguesa se lembrar do assunto é associando Miguel Relvas .
FNV
Luis M. Jorge
Entretanto o governo cancelou a venda da TAP. O baile retoma em breve, com os mesmos pares, que isto da crise é só para os parolos e há uma indústria do luxo para acarinhar. Já agora: alguém sabe de uma listagem de todos os deputados que são associados dos grandes escritórios de advocacia?
FNV
A culpa é da sociedade, há que ressocializar , surrealizar por aí.
S o bebé tivesse morrido, o homem cumpria a pena. Para proteger um bem jurídico fundamental, talvez.
FNV