História do crisianismo

Uma das banalidades mais repetidas a propósito da abdicação de Bento XVI é que “a Igreja está em crise”. Mas quando é que a Igreja não esteve em crise?
Ora deixa cá ver. No século I, o conflito entre helenistas e judaizantes. Nos séculos II e III, as perseguições romanas e a fuga dos lapsi. No século IV, o arianismo. Nos século V e VI, as invasões bárbaras. Nos séculos VII e VIII, a perda de meia Cristandade para o Islão. No século IX, o Sacro Império a mandar na Igreja. No século X, os “anos de ferro” do Papado. No século XI, o cisma do Oriente. No século XII, os cátaros. No século XIII, a luta entreo clero secular e os mendicantes e a cisão dos franciscanos. No século XIV, o cisma do Ocidente. No século XV, os hussitas e os lolardos. No século XVI, a Reforma. No século XVII, o jansenismo. No século XVIII, o Iluminismo e a Revolução Francesa. No século XIX, o século XIX. No século XX, Hitler, Estaline, Afonso Costa e D. Januário. No século XXI…
Bem, talvez seja cedo para escrever a história, mas alguma coisa se há-de arranjar.

PP

10 thoughts on “História do crisianismo

  1. João. diz:

    A minha proposta está no seu próprio post: a Igreja enfrenta, a meu ver, uma crise bem diferente, a da indiferença, ou seja, a presença da Igreja banalizou-se e já não irrita tanto como outrora, sendo que a irritação é também a definição de um estímulo que vem de fora para dentro – é deste estímulo, de fora, vindo da Instituição, para dentro, para as prioridades das pessoas, que a meu ver a Igreja tem vindo a ser cada vez mais incapaz.

    • ppicoito diz:

      No dia em que a Igreja definir a sua missão apenas pela irritação dos outros, algo estará muito mal.

      • João. diz:

        A meu ver a Igreja precisa de um Papa comunista, um que recupere o radicalismo do antigo movimento da teologia da libertação para os tempos actuais.

  2. balde-de-cal diz:

    para os ‘profs drs politólogos’ e outros ‘tudólogos’ a crise resume-se:
    ao uso da camisa de Afrodite, a pedofilia, aos crimes cometidos para além a morte de J.Paulo I, a culpa é do mordomo, etc
    talvez por não ser crente conheço vários livros humorísticos sobre os crimes do Vaticano

  3. VF diz:

    Não sei porquê mas se fosse hoje os lolardos ganhavam. E ganhavam à cônfia, ahahah.

  4. Gonçalo diz:

    Já agora, falta o t no título ou a dicção do “crisiano ronaldo” começa a pegar?

  5. Lucas Galuxo diz:

    “a presença da Igreja banalizou-se e já não irrita tanto como outrora”

    É. Sempre foi comum, pelos seus inimigos, a colagem de cartazes em autocarros e gritarias e cuspidelas nas procissões. E é raríssimo o Papa abrir a boca sem que uma avalanche de indiferentes reajam.

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